Brasil pode se transformar em centro de cloud computing




Investimentos em Copa do Mundo e Olimpíada abrem oportunidade para que País construa ambientes para exportar serviços pela nuvem.


Os megaeventos esportivos que o Brasil vai sediar abrem uma série de oportunidades para as operadoras de telecomunicações e provedores de TI. Um desses negócios é a construção de centros de excelência para exportação de serviços na nuvem, acreditam especialistas que participaram do painel sobre cloud computing durante a Futurecom 2010.

Durante os debates sobre o tema “Cloud Computing e a nova arena de competição no mercado”, fornecedores e prestadores de serviços de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicações), afirmaram que Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016 vão exigir infraestrutura para processamento em larga escala, que no futuro poderá ser aproveitada para atender o mercado de exportação.

“Acho que está no momento oportuno para investir na Copa do Mundo. Será útil para transformar o Brasil num centro de excelência em cloud computing”, acredita o executivo da área de serviços e arquitetura de TI para o setor financeiro da IBM, Fábio Luís Marras.
Outro que aposta neste negócio é o diretor de engenharia da Cisco, Marcelo Ehalt, que acredita que daqui a quatro anos o modelo de cloud computing estará mais maduro e haverá tecnologias mais avançadas. Ele lembra que na Copa do Mundo na África do Sul, foram utilizadas diversas aplicações neste modelo, mas que o Brasil terá chance de oferecer um cenário mais favorável por causa da evolução do mercado. 

Segundo os especialistas, existe oportunidade para prover serviços durante os eventos esportivos e após, já que o Brasil ficará com infraestrutura pronta. As operadoras de telecomunicação, que serão as principais investidoras desse ativo terão chances de disputar o mercado local e externo com cloud computing.

Vantagem das telesInvestimentos em Copa do Mundo e Olimpíada abrem oportunidade para que País construa ambientes para exportar serviços pela nuvem.
Entretanto, o País e as prestadoras de serviços têm uma série de desafios a vencer, como ter ambientes adequados, ofertas competitivas e mão de obra. Neste último item, o Brasil é um dos mercados que têm o custo hora/trabalhada mais elevado, devido aos encargos trabalhistas. Esse fator é considerado um dos maiores obstáculos para exportação.

As operadoras de telecom levam vantagem por terem redes prontas e atenderem alguns dos requisitos exigidos pelo modelo de cloud.“A maioria das teles já oferece VPN (rede virtual privada) com disponibilidade e desempenho”, afirma o engenheiro de sistemas da Juniper, Caio Pastro Klein, 

Porém, elas precisam fazer ajustes na infraestrutura e buscar parceiros na área de software. “As teles sabem prover links e vão precisar de aplicativos para por essa oferta em seu portfólio”, comenta Kein. 

Além de preparar seus ambientes para nuvem, o engenheiro da Cisco Ehalt acrescenta que as teles terão de investir em serviços gerenciados para oferecer boa experiência ao usuário e adotar novos sistemas de cobrança. 

O engenheiro observa que as operadoras têm a expertise em bilhetagem, mas que a tarifação da computação na nuvem é diferente. “Em cloud computing a cobrança não é em cima de serviço, mas sim pela infraestrutura utilizada”, explica Ehalt.
Ehalt destaca também que a nuvem exige que as redes tenham capilaridade. O executivo da Oracle, Alceu Santuci Bravo, afirma que cloud exige muita integração e o atendimento para outros países exigirá qualidade de serviços. O custo dos links é outra barreira para exportação. 
Os especialistas acreditam que o Brasil tem quatro anos para equacionar essas barreiras e tentar se posiconar como um player mundial na área de cloud computing, já que os eventos esportivos vão abrir uma janela de oportunidade.

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